A genética explica porque os humanos modernos têm características físicas únicas entre os primatas

Homem primata pintando na caverna

Cabeça menor, traços mais delicados, feições mais “amigáveis”.

Os seres humanos modernos têm características físicas únicas entre os primatas, inclusive quando comparados a seus ancestrais mais próximos, como os neandertais e os hominídeos de Denisova.

Um grupo de pesquisadores europeus usou a genética como evidência de que essas peculiaridades são resultado de um processo de “auto-domesticação” que aconteceu cerca de 600 mil anos atrás.

Em um estudo publicado neste mês na revista Science Advances, eles avaliaram o gene BAZ1B, apontado como fundamental na determinação das características craniofaciais da espécie, tanto em humanos modernos quanto em seus parentes “selvagens”.

A hipótese de auto-domesticação da nossa espécie existe pelo menos desde o século 19 e se baseia na ideia de que a evolução dos hominídeos foi marcada por um maior controle sobre seu processo reprodutivo – um ponto discutido por Charles Darwin, por exemplo, em A Origem do Homem e a Seleção Sexual, de 1871 – e na seleção daqueles com comportamento mais colaborativo – os mais “amigáveis”.

O papel do gene BAZ1B

A pesquisa avaliou o gene BAZ1B em humanos modernos e em seus ancestrais para entender melhor sua relação com as mudanças pelas quais o rosto de nossa espécie passou no decorrer de sua evolução.

“Estamos dando a primeira validação empírica à hipótese da domesticação humana, posicionando o BAZ1B como um regulador-mestre do rosto humano moderno”, afirmam os cientistas no estudo.

Trabalhos anteriores apontavam que genes que ocupam o mesmo locus do BAZ1B em cães haviam tido papel fundamental nas transformações genéticas da espécie.

Descendentes “domesticados” dos lobos, os cachorros têm crânio e dentes menores, rabo mais curto e orelhas mais “caídas” que seus ancestrais. Na esfera comportamental, são mais amigáveis e menos agressivos.

Nos humanos, o gene BAZ1B também está ligado à Síndrome de Williams, um transtorno genético raro que provoca alargamento das feições e é marcado pelo aumento da distância média entre nariz e boca, pela presença de labios mais carnudos e pela hiper-sociabilidade de seus portadores.

Homem fotografa reprodução de neandertal
Humanos modernos têm traços mais “delicados” que os dos neandertais

Rostos menores e com traços mais suaves

Dessa forma, o estudo ajuda a explicar, por exemplo, por que temos rostos menores, com traços mais suaves e sobrancelhas menos proeminentes – porém mais expressivas, com maior capacidade de mostrar emoções – do que os neandertais.

A domesticação, ainda de acordo com os autores, também estaria ligada à seleção por parte dos nossos antepassados na escolha do parceiro – dando preferência àqueles com atitudes e traços mais “amigáveis”.

Assim, os primeiros animais domesticados não teriam sido os cachorros, os gatos ou as ovelhas, mas os próprios seres humanos.


FONTE (texto e imagens): www.bbc.com

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